Não
é a toa que entendo
os que buscam
caminho.
Como busquei arduamente
o meu!
E como hoje busco com
sofreguidão e
aspereza
o meu melhor modo
de ser,
o meu atalho,
já que
não ouso mais falar em
caminho.
Eu que tinha querido.
O caminho,
com letra maiúscula,
hoje
me agarro ferozmente à
procura
de um modo de
andar,
de um passo
certo.
Mas o atalho com
sombras
refrescantes e reflexo
de luz
entre as árvores,
o atalho
onde eu seja finalmente
eu,
isso não encontrei.
Mas
sei de uma coisa;
meu caminho
não sou eu,
é o outro,
são os outros.
Quando
eu puder sentir plenamente
o outro,
estarei salva e
pensarei....
eis o meu porto de
chegada.....





Clarice Lispector

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